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Foto do escritorValeska Torres

Meimei Bastos: "permanece a alma/onde o coração habita" – entrevista


Acervo da autora.

Meimei Bastos é escritora, poeta, licenciada em Artes Cênicas pela UnB, educadora, produtora cultural, atriz e coordenadora do Slam Q'brada. Representou o Distrito Federal em diversos campeonatos nacionais de poesia falada, como o Slam BR, Slam BNDES e Slam da Flup (Festa Literária das Periferias), e foi contemplada pela Secretaria de Estado e Cultura do Distrito Federal, em 2018, com o prêmio de Cultura e Cidadania na categoria Equidade de Gênero. Como autora e poeta, participou de eventos literários como a Festa Literária de Paraty (Flip), Feria Internacional del Libro de Venezuela (Filven), Bienal do Livro e da Literatura de Brasília (BBLL), entre outros. Seu primeiro livro, Um verso e mei, publicado pela Editora Malê em 2017, está em diversas escolas públicas do Distrito Federal e do Mato Grosso do Sul, fazendo parte do projeto Mulheres Inspiradoras (valorização de processos autorais, de leitura e escrita na rede pública). Atualmente, também no Distrito Federal, Meimei coordena o espaço cultural CARACAS, véi.



Valeska Torres Quando começou o seu interesse pela poesia? Me conta sobre a importância da poesia, seja ela escrita e/ou falada, e da sua quebrada na sua vida e nesse início. O que mudou, analisando um antes e depois, a partir desse encontro com a poesia?

Meimei Bastos  Nasci numa família de pessoas que gostavam muito de contar estórias. Lembro da minha vó Neusa, minha tia-vó Bózinha e minha mãe, acocoradas, pitando e compartilhando causos no terreiro de casa. Morávamos em um barraco muito simples, num lote cedido pelo governo, em Santa Maria, região administrativa do Distrito Federal. A cidade estava nascendo e não tinha saneamento básico nenhum. Era tudo um mundaréu de terra. Eu brincava nas valas e vigas de concreto das construções da cidade e eram tantas aventuras imaginadas nesse espaço, era tanta fantasia, que tenho certeza de que essa vivência influenciou fortemente a minha escrita. Apesar da pobreza e das dificuldades, minhas avós e minha mãe, meu pai também, mas mais elas, encontravam algum tempo na dura e puxada rotina pra se sentar e contar histórias pra gente. Eu era/sou uma criança que gosta muito de ouvir. Recordo que quando elas sinalizavam que iam iniciar o ritual sagrado de contações, eu corria pra me aproximar e ouvir tudo o que elas contavam. Era, com certeza, a melhor hora do meu dia. Essa lembrança me emociona, porque hoje já não tenho mais a presença física de minha vó e Bózinha. Agora, somos eu e minha mãe que nos sentamos pra contar estórias enquanto a Sofia, minha filha, nos escuta. Creio que o meu encanto e interesse pela palavra e pela poesia venha dos momentos que tive com essas mulheres. Foram as mulheres da minha vida, minhas avós e minha mãe, com seus modos poéticos de narrar a vida, que me despertaram a poesia! Sem dúvida.



Tenho na minha memória de infância uma outra lembrança de encantamento pela palavra. Mas essa é de outra fase, de quando eu já era alfabetizada. Recordo de mim miúda, folheando um livro didático de português. De repente, numa página de transição entre os capítulos, encontrei um trecho da canção "Carinhoso", de Braguinha e Pixinguinha. O trecho era o seguinte: "Ah, se tu soubesses como sou tão carinhoso e muito e muito que te quero e como é sincero o meu amor, eu sei que tu não fugirias mais de mim!". Lembro de, naquele momento, sentir toda a vida fazer sentido. [risos] Como se os meus olhos tivessem sido descortinados e eu estivesse diante da coisa mais linda do mundo. Dá até vontade de chorar. Não sei explicar bem esse momento. Coisas da Poesia. Sei só que fui encantada pela palavra, dessa vez escrita, e isso mudou toda a minha vida. Foi naquele dia que eu escolhi fazer isso na vida: juntar palavras de modo simples e enternecedor. É o que busco fazer até hoje, mas com o intuito de ir além da estética.



À medida que eu ia crescendo, mais importância a poesia e a literatura tinham na minha vida. Na escola, pra fugir dos ataques racistas e maldosos de alguns colegas, eu me escondia na biblioteca. A poesia e a literatura eram meu escudo de proteção. Todos os dias, no recreio, eu ficava na biblioteca lendo e algumas vezes escrevendo cartinhas. Foi na biblioteca da escola que descobri Carolina Maria de Jesus. Encontrá-la foi muito importante. Eu lia de tudo, mas não me encontrava em muito do que lia e ler Carolina foi fundamental pro meu processo de autoconhecimento e de compreensão do espaço que ocupo no mundo. Foi fundamental pra minha formação enquanto poeta, escritora, artista, produtora cultural e educadora.



Nas escritas da infância e adolescência, muitas guardadas até hoje, tem muito do que eu sentia na época, muito dos meus sonhos, dos meus medos, das minhas indignações e da minha rotina de trabalho. Desde novinha que trabalho e há nesses escritos muito desse período. Com o amadurecimento individual, consequentemente, veio o amadurecimento político e literário. Acredito que amadureci durante as minhas leituras. Não que certas noções já não me acompanhassem. Eu sabia que morava num lugar precarizado e que pra algumas pessoas havia algo de errado com a minha cor e com a minha existência. Eu já identificava e reconhecia o racismo, o machismo e a questão de classes na pele, mas eu não sabia o que fazer com os sentimentos que essas constatações me causavam.



Como terapia é um negócio difícil de acessar por aqui, eu comecei a tratar das agruras do racismo, do machismo e do preconceito de classe nos meus escritos. Esses escritos ficavam trancados a sete chaves e a sete palmos debaixo da terra. Eu não os mostrava pra ninguém. Até que, depois de romper com uma relação abusiva, durante o exercício de uma oficina de teatro, interpretei um dos meus textos que falava sobre machismo, privilégio branco e periferia. Era um texto em homenagem à trabalhadora Cláudia Ferreira da Silva, assassinada e arrastada pela PM do Rio. O título do texto era "Registro geral". Quando fui interpretar o texto, pedi pra um amigo branco me levar arrastada pro palco, enquanto tocava o instrumental de "Vida loka", dos Racionais MC's. Quando minha apresentação acabou, a plateia ficou imóvel e silenciosa. Segundos depois é que foram aplaudir. Na hora, eu achei que tinha sido tudo um fiasco, mas quando estava saindo do teatro várias pessoas vieram me parabenizar e agradecer pelo texto e pela interpretação; isso me deixou contente, claro, mas mais que contente, aqueles retornos me trouxeram um senso de responsabilidade e comprometimento que carrego até hoje. Os escritos podem e devem ser mais que esteticamente bonitos. Eles devem contribuir para e com questões sociais. Escrever com o desejo puro e simples de tocar já não faz parte dos meus objetivos com a escrita. Eu quero e busco a função social desse fazer que nos foi negado historicamente.



Foi essa a experiência que fez com que eu me comprometesse com a escrita pra além de uma forma de expressão da minha existência, transformando esse fazer numa ferramenta de luta e transformação. Daí, passei a apresentar esse texto e outros poemas em tudo quanto era sarau de quebrada do Distrito Federal, pensando e querendo contribuir de alguma forma pro meu território e meus pares. Porque a quebrada é mais que o meu território. É meu ponto de fortalecimento e inspiração. Sinto que tudo o que tenho devo a ela.


VT Você é uma pessoa muito atuante no movimento literário no lugar onde mora. Me conta um pouco sobre como é o corre pra que isso aconteça. Quais desafios? Como é possível driblar esses desafios? O que já foi realizado?

MB Fico sempre surpresa quando me dizem isso. Na verdade, sinto que tenho que fazer muito mais, que o que faço ainda é pouco pro tanto de gratidão e admiração que tenho por esse lugar e por essas pessoas. Faço as coisas muito desapegada do desejo de reconhecimento individual. Faço porque quero ver a minha quebrada forte e emancipada. Mas, enfim, estou aprendendo a receber esses reconhecimentos, sabe? Então, acolho e agradeço.



Sou uma mulher, negra, jovem, mãe, periférica e não pertenço ao eixo sul-sudeste. Então, daí cê já tira que os desafios não são poucos. Constantemente estou me esquivando do racismo, do machismo e do elitismo da sociedade. Só de pensar, dá fadiga. [risos] Precisei ter uma postura muito firme desde sempre pra garantir que os meus projetos e sonhos se realizassem. Se eu fosse um pouco menos firme, é certo que o mundo me engoliria e a minha existência estaria a serviço do sistema. Felizmente, na maior parte do tempo me sinto forte. Tem que ser, né?! Do contrário, é só não que a gente recebe. Falar isso me faz pensar em como mulheres como eu precisam ser fortes todo o tempo pra conseguir realizar o mínimo de suas potências. Como somos cerceadas! Eu tenho sempre que me esforçar o triplo pra conseguir que projetos simples se realizem. Pra ser ouvida é um baita esforço, pra conquistar algum espaço outro esforço, captar recursos outro mega esforço, ter minhas orientações atendidas um esforço maior ainda. Sinto que o tempo todo estou desperdiçando minhas potencialidades com demandas desnecessárias e isso é frustrante. Qualquer pessoa branca, classe média, com a minha idade, com a disposição que tenho e com o currículo e experiência que possuo estaria no apogeu da sua carreia, recebendo prêmios e ganhando muito dinheiro. Enquanto eu, assim como muitas outras, mal tenho recursos pra tocar um simples projeto de slam. Isso não ocorre porque sou incompetente ou incapaz. Ocorre porque a sociedade em que vivemos é racista, machista e não dá espaço e condições pra que mulheres, pessoas negras, indígenas, periféricas e LGBTQI+ possam realizar projetos e existir com dignidade.



Felizmente, mesmo com todos os entraves, consegui romper alguns ciclos de inacessibilidade e realizar projetos muito importantes, não só pra mim, mas pra minha família e comunidade. Sou graduada pela UnB, a primeira da minha família a conseguir ingressar numa universidade pública; tenho um livro publicado; fui premiada pela Secretaria de Cultura do Distrito Federal, em reconhecimento ao meu trabalho; já participei de vários eventos literários importantes no Brasil e no exterior. Filha de trabalhadores, um autônomo e uma empregada doméstica, sinto que apesar de todas as dificuldades muito já foi realizado, mas há muito mais pra realizar. Há muito trabalho a se fazer e estou empolgada e disposta a contribuir pra desconstrução de alguns padrões e paradigmas. Quem acha que, por sermos pobres, pretos e periféricos, nos contentaremos com migalhas, está muito enganado. Nóis quer é tudo. Quer até a alma!



VT Como e por que nasce o Slam Q'brada? E nesse momento, durante a pandemia, tem sido possível pensar outras formas de prosseguir virtualmente?

MB Desde 2015 que atuo dentro do slam. Nesse ano, fui representante do Distrito Federal no campeonato nacional de poesia falada, Slam Br, e essa experiência mudou minha vida completamente. Antes de 2015 eu só atuava em sarau. Até 2017, coordenei o Slam das Minas e o Slam A Coisa Tá Preta, que tinham propostas bem definidas e um objetivo específico.



O Slam Q'brada nasce do desejo de expandir a cultura slam no Distrito Federal. É um espaço de compartilhamento e valorização da palavra periférica. A batalha acontece de forma itinerante, em várias quebradas do DF, uma vez por mês. As regras básicas são as mesmas do slam clássico: poemas autorais, sem utilização de figurino ou acompanhamento musical e apresentações de no máximo três minutos. No Q'brada, além dessas regras, é proibida qualquer reprodução ou ato racista, machista, homofóbico, gordofóbico e de cunho preconceituoso e discriminatório. O espaço está aberto pra toda e qualquer pessoa desde que esses princípios sejam respeitados.



Nesse contexto de pandemia ainda não foi realizada nenhuma edição do Slam Q'brada. Apesar de olhar com bons olhos e admiração (sim, porque muitos artistas e agentes culturais, pra sobreviver, tiveram de encontrar alternativas) a adaptação de parte dos setores culturais, confesso que tenho certa resistência às plataformas virtuais e digitais. Sou das ruas, do tato, do presencial. Não sinto que o virtual seja um espaço que gostaria de ocupar. Me sinto muito desconfortável e deslocada. Ando me alimentado da esperança de que essa crise passará e poderei novamente partilhar poesia olhando nos olhos das pessoas.



VT O que significou pra você, sua família e poetas da sua quebrada publicar Um verso e mei pela editora Malê? Conta também sobre o processo de escrita do livro.

MB Eu não tinha intenção de publicar livro, não. Meu negócio era o sarau e a poesia falada. Decidi publicar o livro porque surgiu uma demanda. As pessoas começaram a cobrar e foi daí que comecei a organizar os poemas que eu declamava nos saraus. A princípio, a publicação seria independente. Estudei e pesquisei sobre diagramação, publicação independente, ISBN. Montei todo o livro. Durante esse processo me deparei com algumas questões que começaram a me fazer mudar de ideia sobre publicar de forma independente. Comecei a refletir sobre a importância de ser publicado quando se é um autor que aborda as temáticas que eu abordo e vindo de onde venho. Ter um livro publicado por uma editora dá respaldo e credibilidade pro trabalho do autor. Imagina uma autora jovem de Samambaia sendo publicada? Era um sonho. Enviei o original pra algumas editoras que eu conhecia e já curtia o trabalho e cruzei os dedos. A Malê é uma editora que publica autores importantes, com carreira já. Confesso que quando enviei o original do Um verso e mei pra eles não tava com muita expectativa, não. Achei que demoraria um pouco pra ser publicada, visto a experiência de alguns outros autores. Acontece que eles me responderam prontamente e já de cara começamos a trabalhar na publicação do livro. Foi tudo muito tranquilo. Como o livro já estava bem estruturado, fizemos apenas alguns ajustes e a Malê mandou pra gráfica. Eles foram muito acolhedores comigo e toparam todas as minhas ideias. Foi uma gestação de livro tranquila e serena. O lançamento que foi "pipoco": um tipo de sarau/baile funk que virou a madrugada. Foi lindo! Sou muito grata a todo esse processo de escrita e publicação do Um verso e mei. Ele é meu primogênito. Meu primeiro livro-filho.



VT Acompanhando as suas redes sociais, vi que você viajou à Cuba. Porque Cuba? Me conta a experiência dessa viagem.

Acervo da autora.

MB Meu companheiro morou em Havana por muitos anos. Ele foi pra Cuba muito jovem pra estudar medicina, na ELAM, numa parceria entre governos brasileiro e cubano. Por conta disso, ele tem um vínculo profundo e forte com o país e desde o início do nosso relacionamento mencionava uma viagem pra lá. Tivemos a oportunidade de fazer a viagem ano passado, ano em que Cuba celebrava cinquenta anos da Revolução. Somos militantes da esquerda e essa é uma data histórica importante. O que teve bastante peso pra a nossa ida.



Fui sabendo que seria uma experiência significativa, mas essa viagem conseguiu superar todas as minhas expectativas. Fui pra Cuba solteira e voltei noiva. [risos] O Dani me pediu em casamento na Praça da Revolução. Era o Che e o Mártir pra abençoar o nosso amor. Foi lindo! Ficamos uns dias em Havana e depois partimos. Passamos por várias cidades, praticamente cruzamos a ilha. Foi como um "mochilão", nos hospedamos e comemos modestamente. É possível fazer a viagem que fizemos com pouco dinheiro. Cuba é indescritível. Só pisando naquelas terras pra saber como é estar lá. Pode ser que seja o paraíso do Éden, descrito na Bíblia. [risos] Em Cuba me senti plena. Lá não percebi sobre mim nenhum olhar de vigilância, desaprovação ou asco. Lá todo mundo se trata igual. Porque realmente são. Não existe desigualdade, nem fome. E isso não é história de comunista, não. Todas as crianças têm acesso à educação e ninguém passa fome ou vive nas ruas. Não há em nenhum canto de Cuba gente vivendo na rua ou em condições desumanas. O povo cubano é um povo acolhedor e trabalhador, muito parecido com a gente. São cultos e politizados. É impressionante! O mal de Cuba é o bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos, que dificulta o acesso do povo cubano a mercadorias e produtos básicos. Ainda assim, mesmo bloqueada, Cuba tem um dos melhores índices de desenvolvimento humano da América Latina. Imagina se não tivesse bloqueio! Seria, de fato, o paraíso.



VT Na atual conjuntura política, ainda acompanhando suas redes sociais, percebo que você atua tanto indo às manifestações, quanto se posicionando virtualmente, além das micropolíticas quando se trata de todo o movimento cultural já realizado. O que você pode dizer sobre o nosso direito à democracia tão questionado nos últimos tempos pelo atual presidente e seus eleitores?

MB Me considero militante desde que nasci. Quando a gente nasce negro, pobre e na periferia a luta é algo congênito. Mesmo que você se esforce pra fugir da luta, ela teima e te acompanha, não tem jeito. A leitura que faço da conjuntura atual é simples: não podemos nos intimidar com as ameaças que o atual governo faz de golpear e usurpar a democracia e nossos direitos. Não devemos nos manter silenciosos, apáticos e temerosos. O momento pede coragem, e não apenas resistência. É preciso ter coragem pra se organizar politicamente e defender algo que nos foi tão caro. Muitos e muitas deram suas vidas, enfrentaram a censura e a tortura pra que hoje nós tenhamos alguma liberdade e direitos. Não podemos permitir que toda essa luta seja em vão. É pela memória dessas pessoas que devemos lutar. Não podemos aceitar que o país seja dominado pelo neoliberalismo e pelo neofascismo. É dever de todos nós defender a democracia e os direitos do povo.



VT Me indica escritores/as e/ou poetas, contemporâneos/as ou não, do Distrito Federal e o porquê da escolha.

MB Vou explicar a escolha antes de fazer as indicações porque a indicação de todos esses autores parte de uma posição política e territorial. Os escolhi visto que todos são autores do Distrito Federal e não fazem parte do eixo viciado e excludente do sul-sudeste. Há muita literatura de qualidade sendo produzida por todo o Brasil, mas infelizmente há uma centralidade cultural, um eixo, que acaba criando exclusão e marginalização de alguns autores, artistas e produtores culturais que estão fora dos tidos como "grandes centros culturais" do Brasil. Algo que precisamos debater e desconstruir. Pode ser que eu esqueça muita gente boa, porque no DF o que mais se encontra são autores e poetas de qualidade. Aí vai: Diego Ruas, Natália Aniceto, Marcos Fabrício, Cris Reis, Noélia Ribeiro, Marcos Dantas (Markão Aborígene), Carlos Augusto Cacá, Rêgo Junior, Claudine Duarte, Carolina de Souza, Maria Elói, Paulliny Tort, Cristiane Sobral, Prethaís... esses são alguns dos que lembro de cabeça e de coração, mas tem muitos outros.


VT Qual livro você acredita que todas as pessoas deveriam ler? Por que?

MB Eita! É um livro só? Que cilada, Bino! [risos] Hmm... todo mundo deveria ler Ensaio sobre a cegueira, do José Saramago. Considero esse livro um clássico que nos presenteia com a possibilidade de refletir sobre diversos campos da existência e da essência humana. É uma leitura enriquecedora.

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